quinta-feira, 10 de junho de 2010

Rainha das Trevas - Anne Bishop

Sinopse

Há setecentos anos, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões.Incapazes de atingir Jaenelle, a jovem Rainha, os membros corruptos dos Sangue fazem um jogo perverso de diplomacia e mentira, procurando destruir aqueles que sempre deram tudo por ela. E revertem as culpas para o seu tutor, Saetan, que passa a ser visto como a maior das ameaças ao poder instituído.
Com Jaenelle como Rainha, a chacina do povo e a profanação das terras irá terminar. Porém, onde se fechou uma porta poderá abrir-se uma janela... E mesmo que Jaenelle possa contar com os seus aliados, talvez não seja suficiente: só um terrível sacrifício poderá salvar o coração de Kaeleer...


A minha opinião

O terceiro volume começa com a ameaça de uma guerra entre os reinos que poderá resultar na morte de muitos Sangue.
Dorothea e Hekatah fazem crer aqueles que pertecem a Terreile que Saetan pretende dominar aquele território.
Não gostei da primeira parte deste livro. Muitas personagens novas criaram alguma confusão no início e as personagens que eu conhecia e cuja história queria ver desenvolvida estavam ausentes ou tinham uma participação secundária.
Mas, na última parte, a caminho do desfecho, envolvi-me totalmente. Torci pelos bons. Fiquei perturbada pelos acontecimentos. E tudo acabou conforme as minhas expectativas, num final emocionante.

Ao longo dos volumes que constituem esta trilogia a autora revelou uma imaginação fora de série. Todo este mundo de feiticeiros e pedras poderosas criado por Anne Bishop perecia de facto real.
Mas, se por um lado, os três livros permitiram saborear o universo de Jaenelle, Daemon, Lucivar e Saetan, por outro, penso que somente dois volumes chegariam, pois a narrativa ganhou, por vezes, contornos que julgo não serem necessários para a compreensão da história, o que tornou a leitura maçuda em algumas fases.

domingo, 6 de junho de 2010

O Terceiro Segredo - Steve Berry

Sinopse

As revelações de Fátima num romance controverso, chocante e explosivo.

Explosivo tanto no ritmo como nas suas revelações,
O Terceiro Segredo é um thriller extraordinário onde o autor aborda algumas ideias mais controversas do nosso tempo numa viajem alucinante pela história da Igreja e o futuro da religião.

A minha opinião

Na sequência da visita do Papa a Portugal (mais concretamente a Fátima), resovi pegar neste livro que tinha esquecido na estante e ainda bem que o fiz.
Adorei!

Vamos aos factos que estão na base do livro: em 1917, a Virgem Maria revelou-se a três crianças (Lúcia, Jacinta e Francisco) no vale Cova da Iria, em Fátima. A Mãe de Deus apareceu seis vezes entre Maio e Outubro, sempre no mesmo dia, no mesmo local e à mesma hora. Na aparição de Julho, a Virgem transmitiu três segredos aos jovens videntes. Dois deles foram conhecidos alguns anos depois. Mas o terceiro segredo só foi transmitido às raparigas e ambas se recusaram a transmiti-lo. Francisco e Jacinta morreram pouco tempo depois das aparições.
Nos anos 40, a irmã Lúcia, mantida em clausura, escreveu o segredo e fechou-o num envelope. Esse envelope lacrado foi, mais tarde, para o Vaticano, onde só o Santo Padre teria acesso a ele.
O Papa João Paulo II ordenou que ele fosse revelado no ano 2000. A imprensa especulou e depois esqueceu.

Apenas Clemente XV, o Papa que (no livro) substituiu João Paulo II continuava obcecado com esse assunto.
Por esse motivo, Colin Michener, secretário papal, é enviado à Roménia, em busca do padre que traduziu para italiano o terceiro segredo, pois Clemente desconfia que o segredo está incompleto no arquivo papal do Vaticano.
Katerina, sua namorada no passado, é subornada por Valendrea, Secretário de Estado do Vaticano, que aspira vir a ser o próximo Papa, para o seguir e lhe contar sobre todos os seus movimentos.
A partir daqui começa um thriller, com alguns momentos alucinantes.
Questões como o aborto, a pedofilia, a homossexualidade, o casamento dos padres ou a contracepção são abordadas de uma forma muito interessante pelo autor.
Ficamos a conhecer um pouco melhor o funcionamento do Vaticano, onde as alianças mudam como as marés.
Os pedaços de mensagens e flashes do passado revelados ao leitor são sempre enigmáticos. Apesar de sabermos desde cedo quem é o vilão, os acontecimentos vão sendo revelados de forma um pouco turva, que provoca, por isso, vontade de avançar na leitura para saber o que escondem aquelas palavras. O livro mistura factos reais com ficção, o que o torna extremamente interessante.
Gostei dos diálogos do Papa com Michener, que revelam o sumo pontífice (pelo menos este) como um homem simples, com ideias de modernizar a Igreja que não podem ser implementadas, pois vão contra a doutrina e o que é "lei" desde há séculos. Se as suas ideias fossem tornadas públicas poderiam desencadear grandes revoltas.
Também foi muito interessante saber como se processam os conclaves: o modo como se fazem as eleições de um novo Papa, os interesses pessoais, a sede de poder que, por vezes, está por trás de alguns candidatos. Este é o processo que culmina no famoso fumo branco que emerge da chaminé da Capela Sistina.
No final, acontecimentos completamente inesperados seguem-se a um ritmo alucinante. Mesmo nas alturas em que pousava o livro, a história de Clemente, Michener, Katerina e Valendrea ficava sempre no meu pensamento.
Documentos desaparecidos, videntes que falam com Maria, suicídios inimagináveis, amores proibidos. São estes os derradeiros ingredientes que tornam este livro tão admirável.

«A Igreja só precisa da verdade.»

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