quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Por treze razões - Jay Asher

Sinopse

Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação, Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho.
O autor usa intencionalmente esta estratégia para criar uma grande intimidade entre Hannah e Clay (e o leitor) e conferir um grande realismo ao desespero e sofrimento daquela jovem, com notável intuição para captar os problemas e a vulnerabilidade na adolescência.

Críticas da Imprensa

«Um romance de estreia brilhante e fascinante de um novo a talentoso autor.» Kirkus Reviews

«Um ritmo alucinante e emocionalmente estonteante.» School Library Journal

«Os leitores não vão conseguir parar de ler...» Publishers Weekly

«Misterioso, belo e devastador.» The Chicago Tribune


Site

http://www.thirteenreasonswhy.com/


Blogue do autor

http://www.jayasher.blogspot.com/

Ler as primeiras páginas aqui.


A minha opinião

Antes de mais, a capa. Super apelativa, simples e linda. Foi o que me fez tentar saber mais sobre o livro quando este foi publicado há apenas algumas semanas.
A seguir a sinopse. Um tema com o qual, infelizmente, já lidei e que não consegui fazer nada para impedir. Tal como o Clay, de quem falarei de seguida.
Tinha que ler o livro. E, de facto, foi uma leitura compulsiva.
Hannah Baker, de 16 anos, suicidou-se e deixou várias cassetes gravadas com a sua voz, dirigidas às várias pessoas que estiveram na origem da sua decisão de desistir de viver.
A sua ideia era que as histórias que, através do efeito de bola de neve, a motivaram a suicidar-se, atropelem os "culpados", dando a conhecer a todos eles a verdade sobre as más acções cada um.
Boatos, fingimento, troça, intromissão na sua intimidade, superficialidade, traição, exposição ao ridículo, insensibilidade. Eis os motivos que levaram Hannah a sentir-se marginalizada, frustrada e enraivecida. A opinião dos outros, absolutamente fora do seu controlo, constituiu uma pressão demasiado grande sobre ela, que acabou por não conseguir ultrapassar esse obstáculo.
O leitor "ouve" todas as cassetes ao longo do livro através de uma só pessoa: Clay. Eles estavam apaixonados um pelo outro.
Clay ouve quase obsessivamente as cassetes, ao mesmo tempo que (re)visita os lugares nelas indicados (antes de morrer Hannah tinha deixado secretamente mapas com pontos assinalados aos destinatários). Ele quer desesperadamente compreender o que verdadeiramente aconteceu.
E pensa, atordoado, «estou a ouvir alguém a desistir da vida. Uma pessoa que conheci. Uma pessoa de quem gostei. Estou a ouvir. E, no entanto, é tarde de mais
O facto que nos depararmos, a todo o momento, com os movimentos e pensamentos de Clay e com as gravações, dá uma grande dinâmica ao livro, que decorre a um ritmo alucinante, e faz-nos querer saber sempre o que vem a seguir e quem é a pessoa que vem a seguir.
Este livro fez-me reflectir não só sobre o suicídio, mas também sobre a crueldade gratuita e implacável, que deixa marcas profundas nas pessoas e afecta muito negativamente a sua auto-estima. Concordo com a Hannah quando diz: «quando brincam com uma parte da vida de uma pessoa, estão a brincar com a vida dela toda. Tudo... afecta tudo

Outras expressões da Hannah:

«Queria que as pessoas confiassem em mim não obstante tudo o que tinham ouvido a meu respeito. E, acima de tudo, queria que elas me conhecessem. Que não se contentassem com a imagem que tinham de mim. Não, a pessoa que eu de facto era queria que eles fossem além dos boatos. Que fossem capazes de ver para além dos relacionamentos que eu já tivera, ou que talvez ainda tivesse e eles não aprovavam.»

«Ninguém pode ter a certeza do impacte que exerce na vida dos demais. A maior parte das vezes, nem nos passa pela cabeça. E, não obstante, não podemos evitar exercê-lo.»

«Se ouvimos uma canção que nos dá vontade de chorar, e já não nos apetece chorar mais, deixamos de ouvir essa canção. Mas não podemos fugir de nós próprios. Não podemos decidir que não nos queremos ver mais. Não podemos decidir desligar o ruído que nos ecoa na mente.»

Por último, apesar de ter encontrado este livro à venda no escaparate para livros juvenis, não creio que deva ser lido somente pelos jovens. Acho que é de leitura obrigatória para todos, com um especial conselho para os professores, que talvez tenham aqui uma ajuda para detectarem a tempo os eventuais "sinais" desta realidade.

2 comentários:

Alice disse...

Também li este livro e adorei, alias toda a colecção noites cllaras é deliciosa. Concordo contigo quando dizes que seria uma boa leitura para os professores. Faz-nos pensar em coisas que normalmente ignoramos (às vezes propositadamente).
Bj e boas leituras

Diana Barbosa disse...

Li este livro e adorei :D

Podes ver a minha opinião em http://refugio-dos-livros.blogspot.com

Não conhecia o teu blog mas já me tornei seguidora :)

Beijinhos,

Diana (Refúgio dos Livros)

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