quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O nome do vento - Patrick Rothfuss

Sinopse

Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho.

A minha opinião

O livro começa por nos apresentar Kote, um estalajadeiro misterioso, reservado, que mede as palavras quando fala.
Na estalagem Pedra de Caminho reúnem-se homens para comer, beber e contar histórias. Mas, um dia, essas histórias deixam de ser apenas contadas, para passarem a ser vividas. E algo demoníaco parece assombrar os pensamentos de todos, que se deixam dominar pelo medo. Apenas Kote conhece a verdadeira dimensão do perigo.
Trata-se de uma personagem enigmática, cujas características vão sendo desvendadas. O leitor é mantido em constante expectativa, pois muitas explicações permanencem ocultas.
Quem é, afinal, aquele que se diz Kote?
Kvothe, de seu verdadeiro nome, é reconhecido por um Cronista e dispõe-se a contar as suas memórias em 3 dias. É aqui que começa verdadeiramente a história deste livro.
A narrativa tem vários interlúdios, nos quais volta ao presente, à Pedra de Caminho , ao Cronista e a Bast, outra personagem envolta em mistério que ajuda Kvothe na estalagem.
Da vida passada do protagonista não vou falar. Apenas digo que Rothfuss tem uma escrita deliciosa, quase poética, inspirada (e inspiradora) e sensível. Por vezes, senti necessidade de parar a leitura e reler alguns trechos para melhor saborear as suas palavras e os seus ensinamentos.
Quero ainda referir que o "lado amoroso" deste livro foi o que menos me cativou. Além de praticamente inexistente, de entre duas das personagens femininas apresentadas eu escolheria a Devi e não a Denna para par romântico de Kvothe.
Apesar do já tão falado tamanho e peso do livro (966 páginas e 1.220 Kg!!), esta é uma obra obrigatória para quem gosta de fantasia.


Excertos

«Quando somos crianças, raramente pensamos no futuro. Esta inocência deixa-nos livres para nos divertirmos como poucos adultos conseguirão. O dia em que nos preocupamos com o futuro é também o dia em que deixamos a infância para trás.»

«Partes da minha mente permaneciam adormecidas e as minhas memórias dolorosas cobriam-se de pó atrás da porta do esquecimento. Habituara-me a evitá-las, da mesma forma que um aleijado se habitua a não apoiar o seu peso sobre uma perna ferida.»

1 comentário:

Jojo disse...

Eu gostei imenso deste livro. Está muito bem escrito! A parte romântica é o ponto fraco mas, espero que o segundo volume lhe dê folêgo.

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