quinta-feira, 1 de julho de 2010

Então chegámos ao fim - Joshua Ferris

Sinopse

Um retrato hilariante, comovente e surreal das actuais relações no mundo do trabalho. Cada escritório é uma espécie de família e a agência de publicidade, que Joshua Ferris brilhantemente retrata no seu romance de estreia, é uma família nos seus melhores e mais estranhos aspectos, lidando com bisbilhotice, partidas e pausas para o café cada vez mais frequentes.
Entre os colegas que lutam pelos seus empregos contam-se: Tom, recém-divorciado e que usa três pólos da agência, uns por cima dos outros; Joe, um viciado em trabalho e perpétua vítima de sabotagem; Carl, cuja depressão não controlada o levou a pedir medicação "emprestada" a Janine; Chris, suspeito de roubar a cadeira a Tom; e Marcia, por quem Benny está apaixonado. Ao mesmo tempo que colega atrás de colega é despedido, todos adoptam a sua melhor pose profissional, fingindo fazerem progressos na misteriosa campanha publicitária pro bono que é o único "trabalho" que lhe resta.
Com um olhar muito perspicaz para os pormenores que fazem com que valha a pena observar a vida, Joshua Ferris relata uma história verdadeira e engraçada acerca da sobrevivência no mais estranho ambiente das nossas vidas - aquele que fingimos que é normal cinco dias por semana.

O autor

Joshua Ferris nasceu em Danville, No Illinois, e cresceu em Key West, na Flórida. Vive em Brooklyn. Completou um bacharelato em Inglês e em Filosofia na Universidade do Iowa e frequentou o Master of Fine Arts da Universidade da Califórnia em Irvine. A sua obra ficcional menos extensa tem sido publicada na Iowa Review, na Best New American Voice e na Prairie Schooner. Então Chegámos ao Fim é o seu primeiro romance.

Críticas de imprensa

«Uma estreia confiante como nunca que se lê de um só fôlego.»
San Francisco Chronicle
«Uma das mais originais e inspiradoras obras de ficção dos últimos tempos.»
The Washington Post
«Hilariante, com um leque de personagens tão absurdas quanto credíveis.»
Los Angeles Times

A minha opinião

Conta a história de um grupo de pessoas que trabalham numa agência de publicidade. Bem pagos vivem agora uma época de recessão. A agência ressente-se e os despedimentos começam a surgir.
Assim, é feito o retrato das relações nem sempre pacíficas, nem sempre compreendidas, mas profundamente marcantes entre os diferentes personagens.
O romance é também um relato insano da mente de cada um que habita a agência, os conflitos são frequentes, os desbloquedores da rotina diária são criados pelos personagens dando lugar a momentos hilariantes; estamos simplesmente a reviver a nossa própria vida diária. E isso foi o que mais me contagiou na leitura deste livro. Nós próprios vivemos momentos como os descritos, a loucura do dia-a-dia, o stress, os colegas idiotas, aqueles que nos identificamos, os amores que por vezes surgem motivados pelas relações diárias, os momentos em que explodimos e temos atitudes menos correctas.
Simples e muito bem escrito, com uma capacidade fenomenal de análise à vida, tanto profissional como pessoal e as influências que estas têem na vida uns dos outros.
Por vezes mesquinho, outras tantas absolutamente louco, tem episódios muito divertidos tais como Janine Gorjanc que é encontrada no McDonalds dentro da piscina de bolas vezes sem conta alheia a tudo e todos, ou Benny que visita frequentemente o totem deixado pelo seu colega Brizz depois da sua morte chegando mesmo a pagar uma choruda renda mensal para manter o totem armazenado, ou Carl que tendo uma depressão decide automedicar-se tomando comprimidos receitados a outra colega e provocando consequências desastrosas, ou mesmo Chris Yop que continua a trabalhar na agência arduamente fazendo-se passar despercebido, mesmo depois de ter sido despedido.
É um livro de paixões, de entrega, de desilusão, de olhar para trás e verificar as coisas que ficaram por fazer. É um livro que nos ensina sobretudo que devemos aproveitar a vida ao máximo, nada é definitivo e tudo é mutável.

"Caminhar à espanhol pelo corredor" (expressão utilizada quando alguém é despedido).



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