terça-feira, 29 de setembro de 2009

Já não se escrevem cartas de amor - Mário Zambujal

Sinopse

Duarte é um jovem bon vivant, que, entre as noites glamorosas passadas no Grande Casino Internacional do Estoril, as tardes de café no Chave D’Ouro, no Palladium ou no Martinho do Rossio e a vida boémia nas boîtes da capital, vê o seu coração ser arrebatado por uma jovem alta, esguia, loura e de sorriso luminoso, de nome Erika. Mário Zambujal transporta-nos, nesta novela de prosa clara e original, pautada de humor, imaginação e sensibilidade, numa viagem de imagens e memórias, à Lisboa dos anos 50. Uma época de apetites e excessos. De paixões e desventuras. Era um tempo em que havia tempo. Até se escreviam cartas de amor.

Excerto

«A certa altura, decidi que não poderia passar a noite parado como um legume, apelei à pouca coragem e disse para mim próprio: "Seja o que Deus e ela quiserem." Avancei lesto para a mesa de Erika e, lá chegado, tomou-me uma sensação de fracasso inevitável, mesmo de ridículo. Balbuciei por fim: «A menina não quer dançar comigo, pois não?»

Críticas da imprensa

"O Duarte é um setentão. Enquanto espera a mulher, recorda a sua juventude, nos idos anos de 50, noites bem passadas, muita animação. E, pela mão dele, também vamos mergulhando nos hábitos, músicas, vocabulário (alguém ainda sabe o que é um bigode pigarço?), constrangimentos políticos e morais e outros aspectos que desenham uma época. (...) Um dos grandes trunfos de Zambujal (já era sabido) é a linguagem, suficientemente acessível para criar diálogos verosímeis e uma cadência de quase cavaqueira, ao mesmo tempo que transporta sem esforço para o cenário e para o tempo que evoca. (...) No final, fica um livro enxuto, que se lê de duas penadas, enquanto, sem darmos conta, regressamos ao passado de uma cidade e ao presente da boa escrita em português."
João Morales - Os meus livros

A minha opinião

Na opinião publicada em Os meus livros já quase tudo foi dito.
A história decorre toda num final de dia. Duarte, um septuagenário, espera pela sua mulher, na companhia da sua dedicada empregada e do gato. Enquanto espera, faz algumas deambulações pelo passado, mais concretamente pelos anos 50, nos quais viveu em Lisboa. Ele recorda os lugares, as noites, os amigos, os conhecidos, os acontecimentos nacionais e... as mulheres. Especialmente Erika.
É um livro de simples leitura que se lê com um sorriso nos lábios.

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