Sinopse
A sua chegada foi profetizada. Dizem que ele destruirá o mundo. Talvez o faça...
"Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, pois lá ninguém encontra santuário e muito menos redenção."
O Santuário dos Redentores é um lugar vasto e isolado - um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá ainda em criança para servir a Única e Verdadeira Fé. Um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. É um rapaz estranho e reservado, até ao dia em que abre a porta errada na altura errada e testemunha um acto tão terrível que a única solução possível é a fuga.
Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço... não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia.
A minha opinião
A minha opinião não é unânime: no princípio, o livro é viciante, mas, nas últimas 100 páginas, perde muito do interesse inicial e o fim (que não é bem um fim, pois existirão mais volumes) é estranho e, na minha opinião, apressado, pois «O braço esquerdo de Deus» é revelado em apenas duas páginas. A verdade é que ao longo do todo o livro não sabemos o porquê do seu título.
No Santuário dos Redentores os acólitos não têm qualquer prazer na vida: passam frio, fome e maus tratos. São sujeitos a horas diárias de orações que, devido à repetição, já não têm qualquer significado. Nem a cantilena que entoam sempre ao deitar, uma pura ameaça de morte, provoca qualquer medo.
A par disto, os Redentores preparam uma guerra contra os Antagonistas.
Thomas Cale é o jovem descrito na sinopse. Ele é astuto, inteligente e destaca-se dos demais acólitos.
Um dia entra pela porta dos aposentos do Senhor da Disciplina e assiste a uma cena horrível e arripiante. Nesse momento, certo de ter sido descoberto, vê-se obrigado a fugir do santuário com uma pessoa que, entretanto, salvou da morte e dois companheiros com quem partilhou a sua macabra descoberta e as terríveis consequências.
Nesta fase, o livro está repleto de acção, na qual a vida destes jovens está constantemente em risco e o perigo das injustiças espreita a todo o momento. É essa incerteza sobre o futuro que nos faz virar compulsivamente as páginas para saber como vão superar as adversidades na luta pela sobrevivência.
Adorei a escrita de Paul Hoffman: simples, com apontamentos de humor e, inicialmente, descrições pouco maçudas.
Mas, de facto, a última parte não alcançou as minhas expectativas. A narrativa dos episódios ligados à guerra e à violência tornou a leitura um pouco fastidiosa, deixando-me algo desiludida com a história que comecei por devorar.
A verdade é que estava empenhadíssima na leitura até ao ponto em que a vida de Cale estabilizou. Acabaram as fugas, passou a ser respeitado e admirado, surgiu o amor e o livro tornou-se somente interessante e, por vezes, monótono.
Mas, apesar da crítica, eu gostei imenso, e nunca pensei em desistir de chegar ao final. Posso afirmar que se trata de um livro perturbador, que, mesmo não estando a adorar, é impossível deixar de ler e me deixou a pensar nele, mesmo para lá da sua leitura.
Sobre A Morte É Uma Flor, de Paul Celan
Há 10 horas
2 comentários:
é um bom livro tb adorei para quando um proximo alguem sabe?
Pois, ouve-se falar muito deste livro, ou pelo menos anda em todas as bancas, mas li um excerto e fiquei um pouco desiludido. Achei o ambiente mórbido demais e sem grande interesse.
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